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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ser Avós

Quando éramos crianças, ou mesmo jovens, imaginávamos que certas situações demorariam muito para acontecer em nossas vidas. Ou até que jamais aconteceriam, quem sabe.

Casar, ter filhos, ser avô e avó. Tudo parecia tão distante... E a velhice, então? Será mesmo que um dia ela chegaria com suas complicações e limitações normais?

A vida, como todos sabem, tem seu curso e independente da nossa vontade as coisas vão acontecendo, dia após dia.

Temos certa possibilidade de domar o destino, por meio do livre arbítrio, deslocando o curso da existência um pouco mais para lá ou um pouco mais para cá, mas a vida tem energia própria e, tal qual a força da natureza, nos leva à frente.

E às vezes olhamos para trás e nos surpreendemos com a velocidade dos acontecimentos: ainda ontem, éramos jovens cheios de sonhos, descobrindo o verdadeiro amor como namorados. Hoje, bem casados há mais de trinta e cinco anos, temos duas filhas criadas e formadas. E nós continuamos aqui, firmes e fortes, dispostos como nunca, com as imagens das nossas casas da infância, dos nossos pais, da nossa escola primária, da nossa primeira viagem juntos tão vivas e reais como antes. Isso nos faz crer que, pelo menos por enquanto, a tal da velhice passa longe.

Em meio a esses delírios de imortalidade e de longevidade, recebemos uma notícia fantástica, dessas que levam qualquer um a nocaute:

Vamos ser avós!

E sabe o que isso significa? A continuidade da existência, uma nova experiência, um grande desafio... Mas seja o que for, a verdade é que foi impactante demais receber essa incrível notícia. Uma alegria enorme invadiu nossos corações, até porque logo mais haveria uma nova criança nesse mundo e o melhor de tudo: seria da nossa família!

Não sabíamos se seria um menino ou uma menina. Tínhamos apenas um par de sapatinhos de lã branca em nossas mãos. Nossa filha Fernanda estava grávida e estávamos tão felizes que toda a nossa felicidade, se traduzida em palavras, não caberia neste espaço.

Passamos a sonhar então com o dia em que esse pequeno ou pequena estaria conosco, em nossos colos, a engatinhar pelo chão, em peripécias infantis.

Dizem que ser avô e avó é ser pai e mãe com açúcar. Que sejamos então os mais adocicados do mundo. Iremos passear pelas ruas, orgulhosos empurrando o carrinho. Deixaremos que ele ou ela puxe nossos cabelos, suba em nossas costas, exija atenção e presentes. Vamos ler histórias, planejar viagens, curtir descobertas e tentar mostrar-lhe o mundo e as coisas como são.

E para conseguir tudo isso tínhamos só um pedidinho a fazer para DEUS: que Ele nos concedesse, a partir daquele momento, ainda muito mais saúde e lucidez.

Tínhamos a certeza de que nosso neto ou nossa neta seria sempre muito especial, independente da cor dos seus cabelos ou olhos, das suas características, das suas preferências. Seria amado e bem-vindo a esse mundo e poderia contar conosco para ajudá-lo a trilhar os seus caminhos pelas estradas da vida.

Enfim, avós!
E, por favor, respondam:
Há coisa mais maravilhosa nessa vida?

Bem, após absorver essa maravilhosa notícia, passamos a cronometrar o tempo, minuto a minuto, com planejamentos mil sobre o que fazer e como fazer. E somente após três meses de expectativa veio a tão esperada notícia. Era uma menina e já tinha até nome definido: Mariana.

A partir daquele momento, tínhamos que caminhar rápido senão o tempo certamente nos atropelaria.

A vovó Teresa, como sempre, muito bem organizada, já na semana seguinte à descoberta do sexo do bebê, já circulava com uma listinha de atividades na mão, me intimando:

- Vamos, vamos.

E lá íamos nós... presentes, roupinhas e mimos para Mariana, nossa neta querida. E, ah! É lógico que pra mamãe Fernanda também. Muuuitas roupas... Também pudera! Que barrigão!

Mari, querida:

Durante toda a gestação, acompanhamos diariamente o seu desenvolvimento. A cada ultrassonografia, a cada peça comprada para o seu enxoval, a cada foto tirada pra registrar o seu crescimento na barriga, vibrávamos de alegria, sonhando com o dia da sua chegada.

E finalmente chegou!
Em 26 de setembro de 2009, às 20h37min, você nasceu:

MARIANA ELIAS BROGGIATO COELHO:
linda e perfeita, graças a Deus!

E sabe quem em primeiro lugar a reconheceu no berçário do hospital? A titia Isabella e o titio Alexandre, hoje seus padrinhos. Foi um alvoroço só.

Você era a carinha da mamãe e dias depois ficou a carinha do papai.
Hoje, é uma mistura linda dos dois.

Os dias foram passando e seus pais, muito bem “treinados” durante a gestação, se achavam “papai e mamãe sabe tudo”. Mas, na vida real, não foi bem assim...

Percebíamos que com você nos braços, a situação era bem diferente. Era uma descoberta a cada minuto. Você sinalizava suas necessidades e seus pais corriam para atendê-la, prontamente.

Sabe Mariana, de longe, eu e a vovó nos entreolhávamos e sorríamos. E seus pais, cheios de preocupações com você, fizeram-nos voltar no tempo.

E voltamos mais de 30 anos atrás, com o privilégio de vivenciar novamente situações e sensações idênticas. Lembramos de sua mãe e de sua madrinha recém-nascidas em nossos braços e as preocupações eram exatamente as mesmas...

Mas como o relógio do tempo não para, os dias passaram rápido e você foi crescendo. Dois meses e vinte e oito dias após seu nascimento, em 22 de dezembro de 2009, viajei para São Paulo e fui buscar você e a mamãe para sua primeira viagem a Santos, onde festejamos nosso primeiro Natal juntos.

Lembro-me bem. A nossa viagem começou às 6h30min, com você ainda dormindo. E foi só alegria... só faltou colocar um tapete vermelho para recebê-la.

Hoje, você está com sete meses é um bebê saudável, lindo, sensível e perceptivo a tudo que acontece à sua volta. Você é calma, sorridente e já nos reconhece muito bem.

A cada dia, percebemos sua crescente sociabilidade. Você brinca muito e dá simpáticas gargalhadas... Canta maravilhosamente e dorme mansamente como um anjo de verdade.

Dizem alguns espiritualistas e psicólogos que as crianças amam ou rejeitam pessoas porque as enxergam por dentro... Então, você sabe que a gente te ama. Sabemos que somos muito privilegiados e temos a certeza de que é recíproco de sua parte.

Bem, nosso amor é tanto que o pensamento vai longe: imaginamos você com um aninho, você a caminho da primeira escola e por aí vai. Imaginamos até o momento em que você será alfabetizada pela vovó Teresa. E olha que quase todas as crianças da família Elias passaram pelo crivo dessa vovó, hein?

Mariana, quando você folhear os álbuns de fotos das famílias Broggiato e Elias, com certeza vai entender o porquê pensamos que a velhice jamais chegaria. Nos curtimos muito, nos amamos muito, sempre!

Talvez nesta época você já tenha irmãozinhos e priminhos, que sejam quantos forem, serão bem-vindos e amados e terão todos a mesma atenção e carinho que você está recebendo da nossa parte.

Queremos que saiba que sempre estaremos na sua retaguarda, até porque somos avós apaixonados, simples, interessados, normalmente preocupados e, acima de tudo, agradecidos a DEUS por ter colocado você em nossas vidas!

Você é uma filha de DEUS perfeita e será sempre sim, abençoada!
Beijos mil!!!!! Com muito carinho dos seus avós, Roberto e Teresa

Abril de 2010

Obs.: Parte desse texto foi inspirado no artigo “Avô”, publicado recentemente no Jornal A Tribuna de Santos e assinado por Alcindo Gonçalves. E a outra parte saiu do fundo do coração de seus avós maternos...

3 comentários:

Isabella Broggiato disse...

Que lindo....estou muito emocionada e chorando, é claro. Típico da família Elias Broggiato - todos manteigas derretidas. Vocês dois, vovô Roberto e vovó Teresa são sensacionais e apaixonantes. Amo muito vocês, pai e mãe. Amo toda nossa maravilhosa família. Beijos no coração.

Camila disse...

Nossa Fê!
Emocionante mesmo! Muito legal ler a história sob a persperctiva dos seus pais.
Beijo grande
Camila Delagatti

Camilla Salmazi disse...

que lindo, fê! Parabéns aos avós!
beijocas